domingo, 25 de abril de 2010

Nunca se deixar morrer. Eis um exemplo.


No último Altas Horas tivemos uma surpresa com a única banda de rock presente; Raimundos. Não era a primeira vez que o grupo esteve no programa do Serginho Gróisman nos últimos anos em que andaram sumidos, mas continuam surpreendendo, provando que estão sempre na atividade. A surpresa era essa mesma, mostrar que por mais que pareça que o grupo chegou ao limite, sem mais direção para onde ir, eles aparecem tocando as mesmas músicas, sempre com uma novidade nova. É aí que pensamos, puxa esses caras são mesmo persistentes, o grupo meio que acabou lá pelo início da década passada, e de lá para cá muita coisa aconteceu, primeiro Rodolfo deixa banda e vai transformando seu grupo novo aos poucos em uma banda gospel, e Raimundos continuava, recebendo como novo integrante o segundo guitarrista Marquim, e Digão ocupando os vocais. Meses depois o baixista Canisso deixava a banda e passaria a tocar com o grupo novo do Rodolfo, e o vocalista do também brasiliense grupo Rumbora ocupava seu lugar. Fred saíria da banda deixando seu posto de baterista para Caio ocupar, que embora muito mais moço, parece fazer bem seu papel. Canisso volta à banda, retomando seu posto, e recentemente o vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz (que eu reconheci pelas tatuagens) ocupa o posto de novo vocalista, deixando claro no programa de hoje que o Detonautas continua e que ele fazia um favor para os amigos dos dois grupos, se revezando entre eles. Particularmente não gostei dele como vocalista dos Raimundos, mas admiro seu empenho. Sendo bem diferente de Detonautas, nos Raimundos sua voz fica fraca, sumida, rouca, sem definição, não se podia ouvir nem entender bem o que ele cantava. Mas de certo modo é até bom que ele esteja marcando presença, pois assim a banda se recicla, sem ficar parada no tempo, o que é um grande problema quando não se conta com um trabalho novo há tempos.

Mas enfim, de 2001 para cá muita coisa aconteceu. O álbum Kavookavala, primeiro e único de gravadora sem o Rodolfo, não foi um sucesso de vendas. Já sem gravadora, quando se achava que a banda não resistiria ela surge com uma novidade, o EP Pt Qq cOisAH, um álbum virtual que a banda disponibilizava para download gratuito,de apenas cinco músicas. A repercussão foi muito pequena e o grupo permaneceu na sombra. Desde então o grupo continuava fazendo shows pelo brasil afora, sempre mudando sua formação, até as recentes participações no programa do Serginho Gróisman, como a de dois anos atrás e a dessa madrugada, com o discursso de que precisa mostrar ao Brasil a formação atual dos Raimundos, mantendo acesa a chama no coração de fãs antigos e depertando interesse de fãs novos. Percebi que a garotada da platéia não sabia acompanhar a letra nem do refrão Eu quero ver o oco (a única música que pude ver o grupo tocar), também pudera, não é do tempo deles. Esse ano vão lançar um DVD e ano que vem se Deus quiser, diz eles, lançarão um CD novo. E o grupo continua ralando pelo Brasil afora, e em agosto tocarão aqui no Rio, no Circo Voador.

Sabemos que os Raimundos continuam tocando por puro hobby, o que admiro muito e tiro o chapéu pros caras. Continuam mantendo vivo o espírito das músicas, das letras, do velho rock pesado e querido, suportando as dificuldades e estando de pé apenas por querer. Mas me pergunto o que eles fazem agora para ganhar dinheiro. De qualquer forma fico contente pelo grupo querido da minha adolescência, que me fez gostar de rock, ainda estar nessa terra. Os Raimundos para mim tem um gostinho especial, um sabor de infância, dos meus tempos de moleque, que não perdia uma apresentação na tevê (ainda era moleque para ir aos shows) e fazia de tudo para ganhar os CDs, bem antes da época e costume de baixar músicas. E vida longa para eles, faço questão de conferir o DVD e o CD, e o que mais for produção atual deles. É com alegria, carinho e orgulho que conferi a agenda de shows deles e percebi que continuam firmes e fortes. De coração.

Um comentário:

  1. Não gosto dos Raimundos, mas vejo que eles podem ficar muito tempo longe dos palcos e quando aparecem fazem sempre o mesmo sucesso.

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