quinta-feira, 14 de junho de 2012

E lembre-se, não é um recorde se não estiver no Guiness Book


Quando eu era moleque em 2005 adorava assistir um programa que era quase um freak show apresentado por uma louraça. Tá certo, eu já tinha 22 anos, não era tão moleque, mas era assim que me sentia quando começava Recorde Guiness - O Mundo dos Recordes nas noites da Record, apresentado pela Maria Cândida, que viria a ser minha musa por anos e anos. O programa apresentava curiosidades de diversos lugares do planeta, tipos esquisitos e os recordes mundiais mais estranhos do mundo, e como sou chegado numa bizarrice assistia sempre que podia. Foi lá que vi o chinês de duas cabeças, o marido que tinha a mulher mais obesa do mundo que sequer conseguia se levantar da cama sozinha, pessoas que conseguiam pôr metade do globo ocular para fora das órbitas, a mulher com a cintura mais fina que adorava usar espartilhos ultra apertados, o homem que parecia não ter ossos no corpo, o maluco de corpo revestido de tatuagens, a mulher cheia de piercing que atravessava a língua com uma espada, o senhor de nariz implantado, o cara que beijava cobras (sem trocadilho, por favor) que teve um triste fim tempo depois ao ser ferroado por uma arraia, recorde de pregador na cara e de arroto, entre outras nojeiras e coisas nefastas que embrulham o estômago de qualquer pessoa que não esteja psicologicamente preparada. Curioso é que o programa passava mais ou menos na hora do jantar, mas eu não deixava de assistir de jeito nenhum e ficava esperando quem ou qual anormalidade seria a próxima atração, e dependendo de qual fosse eu até me surpreendia. Amigos mais sensíveis ficavam enojados quando eu começava a contar o hit da semana. E o melhor de tudo, o programa tinha à frente uma bela loura cheia de charme e conteúdo, numa faixa ideal para protagonizar meus sonhos juvenis cheios de testosterona, e essa  combinação para mim fazia toda diferença no horário nobre da TV aberta. 

Maria Cândida começava a despontar como apresentadora

Era a época que a Record estava crescendo como emissora e em sua programação noturna, que ainda não contava com novelas de peso, só mesmo o que prestava era essa versão nacional do programa gringo Guiness Book, claro que com uma apresentadora mil vezes melhor, e os filmes trash de sábado. A própria Maria Cândida era um rosto pouco conhecido, mas que teve seu talento aproveitado, e depois esteve à frente de outras atrações como Tudo a Ver, Programa da Tarde, e hoje está na Rede TV. Acredito que agora é uma das apresentadoras alto nível como uma Ana Hickmann, por exemplo. Ainda em 2005 protagonizou outro programa que fazia dobradinha com Guiness Book, As Maiores Curiosidades do Mundo, eu não achava tão bom quanto as atrações grotescas do primeiro, mas valia à pena assistir, nem que fosse pela apresentadora. Não fez sucesso semelhante e ainda tinha as novelas da Globo para ofuscar, e tempo depois a apresentadora engravidou e os programas ficaram de molho para não voltarem nunca mais, a não ser em reprises em horários diferentes, mas foi bom enquanto durou. Até hoje sinto saudade da maneira canastra e sexy da jornalista apresentando as atrações com direito à trocadilhos e das anomalias circenses. Mas quem sabe hoje em dia eu talvez nem achasse mais graça. Na época eu era um jovem ávido por novidades que mexessem com as emoções, de testosterona a mil, prazer pelo desconhecido, algumas doses, mesmo que pequenas, de experiências frustradas não satisfeitas, sejam sensoriais ou viscerais, e é claro, feliz acima de tudo, embora não soubesse exatamente, como todo jovem daquela idade. 
Hoje a Record está à nível, senão total, semi global, Maria Cândida hoje é uma apresentadora de talento reconhecido, mas ainda assim sinto que a emissora do bispo nunca mais vai ser a mesma sem a loura dizendo a máxima que me encantava ´´E lembre-se, não é um recorde se não estiver no Guiness Book``.























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