quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Coreano Merecedor de Respeito


Quando se é bem moleque é doido para aprender uns golpes e sair dando porrada por aí, nem que fosse para não ser a mais nova vítima de bullying da escola, e nesse sentido os primeiros seriados tokusatsu a ditar moda por aqui teve sua parcela de incentivo. Quem hoje se lembra com carinho do Cometa Alegria que passava nas manhãs da saudosa Rede Manchete sabe que após um tempo de a molecada doida para aprender algumas acrobacias vistas em seus seriados preferidos era chegada a hora de aplacar seus anseios com as aulas do Mestre Kim, numa época em que guerras asiáticas eram assunto só nesses nossos seriados live action e sul coreanos não contagiavam o planeta com musiquinhas coreografadas pegajosas, apresentadas em um quadro que ia ao ar antes de cada tokusatsu, ensinado um ou outro golpe de Taekwondo. Foi minha primeira aula tanto de luta quanto virtual, me fazia reproduzir os golpes mesmo que fizesse tudo errado, com direito a muita rosquinha Mabel. O que os garotos da época não sabiam era que o sul-coreano acumulava outras atividades na emissora, como co-autoria de novelas, claro que ele dava seu toque pessoal, por exemplo, seus assuntos eram mais focados em lutas em geral, e que por um acaso é naturalizado brasileiro, tendo sua humilde primeira academia no Rio de Janeiro na rua Voluntários da Pátria, na década de 70. E pensar que eu passava por lá tantas vezes e nem tinha ideia disso.

















Devido à sua popularidade em meio às crianças foi lançado no comecinho dos anos 90 pelo grupo Bloch, detentor da Rede Manchete, o gibi Mestre Kim, que chegou a ter apenas 9 edições. O gibi seguia a linha de outra publicação da editora, o gibi Clássico das Artes Marciais, que em breve terá um post neste blog.
É com saudade que lembro desse grande mestre do Taekwondo. Pelo que andei lendo por aí ele continua em atividade e é dono de um currículo fodástico que bota um Chucky Norris no chinelo. Entre outras coisas o cara foi instrutor da Polícia Militar, Cívil, Federal e do Batalhão de Choque do Rio de Janeiro e presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo. As atividades que pratica o faz manter sua vitalidade, mesmo que já tenha idade avançada. Falando nele me dá até vontade de voltar a fazer lutas. É de exemplos como esse que uma nação precisa se espelhar.



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