Feliz natal para você que acompanha esse blog, e um feliz 2012. Aproveito para comunicar que nos dias seguintes o Orgulho Nerd vai ficar sem atualizações, só retornando às atividades na primeira quinzena de janeiro. O motivo disto é que estarei aproveitando minhas férias, lógico, minhas viagens, e não vou ter o mau senso de ficar nerdeando no computador. Mas se prepare que o blog retornará com força total. Felicidades para todos.
sábado, 24 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
O Messias, o dia dia do mago - Capítulo final
Primeira parte do capítulo que encerra a saga do Mago Merlin. Prepare-se, muitas surpresas e revelações virão.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
O bom velhinho
Domingo que vem logo estaremos de encontro a ele, o bom velhinho por quem nós crianças por dentro e por fora passamos o ano inteiro esperando para vê-lo, para sentirmos o simples prazer de ouvir sua risada anunciando sua chegada, os sininhos das renas do trenó se aproximando, o barulho do nosso tão sonhado presente despencando chaminé abaixo... quem de nós quando crianças não quisemos sentar no seu colo, passamos noites acordados escrevendo cartinhas pedindo playstation, skates, bicicletas, notebooks, celulares e outros presentes que nossos pais nunca nos davam, mas que na hora o que ganhávamos mesmo era agendas ou meias, mas nos o amávamos mesmo assim. No Jardim da Infãncia já nos contentávamos apenas em ser lembrado e abraçado por ele. Sabe de quem estou falando? Dele mesmo, do bom velhinho de barba branca, roupa vermelha, chapéu pontudo, e.....
Ops, disfarça e esquece o que falei.
sábado, 17 de dezembro de 2011
Estilista de Papai Noel
Sabe como é essa época natalina, o que vemos de Papai Noel espalhados por casas, vitrines de lojas, pendurados nos prédios, no shopping e em qualquer lugar por aí não é brincadeira. Só que alguns, aliás a maioria, é de uma excentricidade absoluta. Parece que ninguém se interessa em caprichar muito na concepção dos bonecos de Papai Noel, mas quem se importa né? Afinal, Papai Noel é Papai Noel e sua intenção é alegrar o natal de todo mundo. Sem contar os bonecos de neve, trenós, renas e duendes, mas isso vamos deixar pra lá, sem a menor chance de dar uma pitada de brasileirismo nessa mitologia glacial. Fiz uma seleção de algumas miniaturas pitorescas que encontrei por aí nesses últimos dias e vamos fazer uns comentários ácidos.
Que eu saiba, só o Rudolf, a rena do Papai Noel, tem nariz vermelho. Essa cara de pinguço aí, essa bengala doce na boca, faz parecer que esse Papai Noel andou chapando. E o fato dele estar encostado só piora a situação. É um Papai Noel inflável, original, mas mete medo nas criancinhas que talvez preferissem não receber uma visita dele no meio da noite.
´´Papai Noéis`` fofinhos, mas não muito tradicionais. Sua roupa é sempre vermelha, não azul, preta... E pelo que saibamos, Papai Noel é um só. Esses estampam a vitrine da Confeitaria Colombo.
Putz, esse Papai Noel aí é gigante. E o pior, só as suas pernas são compridas, parece até o Senhor Fantástico, com o dom de esticar partes do corpo. Bizarro. E a barba de cachinhos também é a maior comédia.
Papai Noel fofinho, simplezinho, tipo aqueles que ganhamos no Jardim da Infância. Não quero falar mal dele.
O que esse aí faz pendurado? Tá entrando num helicóptero em movimento? Está em fuga? Está sendo resgatado? Parece tudo, menos que está entrando na casa de alguém para distribuir presentes. E o pior é que esse Papai Noel é grandão. Se não fosse época de natal, as pessoas e assustariam.
A barba desse é grandona e redonda, parece o dr Light do Mega Man. Fica grudado no vidro. Até que é bonitinho, não tem nada de bizarro.
Também tem a barba com cachinhos, o que acho muito engraçado. Inclusive a desse é caprichada, cobre o corpo todo. Talvez preguiça do fabricante de fazer o corpo e a roupa. O gorro também não tem nada a ver. Ele até parece aquele maluco que tem barba de tentáculos do Piratas do Caribe.
Esse Papai Noel achei caprichado, com muitos detalhes, óculos, e a tendência atual de barba de cachinhos. Os fabricantes estão de parabéns.
Papai Noel de pelúcia, gordinho, que quem mais vai gostar são as crianças. Só para marcar presença nessa época natalina e enfeitar vitrine. Também tem o nariz vermelho. Peca pela simplicidade.
Ah, esse é o melhor de todos. Se eu tivesse que dar uma nota azul, dava para esse Papai Noel grandão aí. Do tamanho real de uma pessoa, ele canta e dança, acredita? Até filmei, em breve vou pôr um vídeo dele para vocês verem que é verdade. Gasta uma energia boa, afinal, ele passa o expediente todo da loja cantando e dançando, mas como é época de natal, acho que podemos perdoar.
Papai Noel fofinho do escritório de mámli, tem a barba revolta e o que chamamos de ´´QL`` (sabe aquelas minas que chamamos de quadril largo?) Fica penduradinho no vidro.
Outro de pelúcia. Na mão tem uma etiqueta que avisa que se apertar ele canta, dança, ou algo assim. Parece que a roupa é feita de lã de ovelha, aliás, a barba também. Cadê os ecologistas xiitas que não vêem isso aí?
Esse aí é bem fofinho, lembra até o Tintin dos desenhos animados. O grosso da roupa vermelho e os detalhes verdes não combinam bem com o Papai Noel verdadeiro ´´inventado pela Coca Cola``, mas é fiel mesmo assim. O rosto pode ser simples, mas os detalhes nem tanto.
O que dizer desse aí? Parece alguém famoso na sacada de um hotel querendo se mostrar para o público... ou um carente depressivo ameaçando se jogar. Até que é bem feito, mas esse exibicionismo não combina com o Papai Noel. E vamos combinar que ele fica aí pela parte do dia também, e nosso querido papai Noel é uma figura noturna.
Esse eu achei a cara do Dumbledore. Gostei do sininho na mão dele, adereço que falta na maioria dos papais noéis. Só tem um probleminha, ele está sem luva, os fabricante não podiam esquecer esse detalhe.
Já vi Papai Noel de barba de cachinho, mas esse é demais. Barba de fazer inveja ao Urtigão de tão longa, botas de sete léguas, inexpresivo, mãos sem luvas e sem dedos... Não dava pra trocar esse Papai Noel por um boneco de neve não?
Esse é um Papai Noel? Com essa roupa e esse chapéu pontudo? Ah, entendi. Ele ficou até tarde na oficina de brinquedo trabalhando que mandou um funcionário anão ferreiro para representá-lo na vitrine da loja.
E para você, qual é o tipo de Papai Noel preferido? Se você é que nem eu deve sacar que independente do Papai Noel, o ideal é celebrar a festa da maneira mais proveitosa possível, sem necessidade de presentes caros, apenas o bom e velho espírito familiar de união. Uma cerveja, pão na mesa, muitos amigos e estamos na moral. Feliz natal para todos que estão lendo isso aqui.
Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 1
Matéria minha publicada na revista Mais Mulher de Votuporanga - SP
As Relíquias da Morte - Parte 2: O fim de uma era
http://orgulho-nerd.blogspot.com/2011/08/materia-minha-publicada-na-revista-mais.html
Se beber, não case! - Parte II
O Princípio do Fim.
A primeira parte que encerra a saga da escritora Stephenie Meyer adaptada ao cinema entra em cartaz com tudo que os fans esperavam, o casamento de Bella (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson) que dá início ao filme de uma maneira bem humorada e romântica, com todos os amigos e familiares reunidos e se entendendo, apesar das diferenças bizarras entre as duas famílias que não passam despercebidas aos olhos de Charlie Swan (Billy Burke), onde até mesmo Jacob (Taylor Lautner) foi convidado mesmo não se misturando com os demais, e a lua de mel em nossa Cidade Maravilhosa passando pala Lapa, Mirante da Glória e uma luxuosíssima casa na praia onde se dá a primeira vez de Bella e Edward (!) que enfim encontra a mulher ideal após um século de existência. Como nem tudo são flores, crises de identidade começam a aparecer na vida do casal, o que não poderia faltar principalmente em se tratando de espécimes diferentes, mais ainda, Bella acaba engravidando. Diferença entre a genética de ambos acaba resultando numa complicação que manda a lua de mel por água abaixo. E é exatamente nesse ponto que o filme começa a adensar a atmosfera, tornando o clima sombrio. A outrora jovem Bella recém-casada e bonita torna-se desagradável aos olhos e a partir daí o roteiro gira em torno de sua gravidez de risco e sua enfermidade por esperar uma criança incompatível com seu genes. É interessante vê-la esgotada, desnutrida e sem conseguir se alimentar, isso faz com que Jacob se una à família Cullen contrariando seu próprio clan a favor de um bem em comum; o interesse por Bella. Amor igualmente incondicional como o que os dois sentem por ela, Bella, como todas as mulheres que experimentam o sentimento materno, quer que tudo ocorra bem em sua gestação e fantaseia com seu futuro filho com Edward, fazendo planejamento e até escolhendo nomes, se recusando a tirá-lo não importando o mal que o ser em seu ventre possa lhe causar. Vampiros nunca haviam sido concebidos dessa maneira antes. Esse mesmo tipo de amor materno por uma criança fruto de uma relação sobrenatural está presente no grande clássico de Roman Polansky, O Bebê de Rosemary, cujo final deixado em aberto faz o espectador tentar imaginar o que seria a relação ideal de mãe e filho nesse sentido, visto que no final de Amanhecer Bella revela-se ter se tornado tão sobrenatural quanto à criança que carregava no ventre e à sua recém família, implicando numa responsabilidade não planejada, mas que ainda assim será cobrada; a mãe do mais novo herdeiro dos Cullen. Com esse final a primeira parte de Amanhecer se encerra com chave de ouro, deixando para a segunda parte duas novas grandes expectativas, o nascimento do primeiro filho do casal e a finalmente transformação de Bella Swan em vampiro.
É claro que os fans mais participativos já sabem como se encerra a saga, e nesse sentido Amanhecer utiliza o mesmo recurso do capítulo final de Harry Potter nos cinemas, adaptado em duas partes, mas no caso de Crepúsculo deve ser melhor aproveitado, dando espaço para as subtramas serem melhor exploradas e divididas. Se a premissa da segunda parte é tratar da metamorfose de Bella em uma legítima pertencente do clan dos Cullen, na primeira foi ´´sua iniciação`` e o recebimento de um hospedeiro bem ao estilo A Experiência (Roger Donaldson), e mais longe ainda, Alien – a Ressurreição (Jean-Pierre Jeunet), que a deixa invalidada depois de alguns bons minutos de filme e começa a sentir um desejo por sangue, e assim torna-se a se alimentar, mesmo que sendo o seu próprio. É de embrulhar o estômago. É o filme mais aflitivo e obscuro até agora. Ganha pontinhos extras com a lembrança de um clássico do terror que faz alusão a este, A Noiva de Frankestein (James Whale), que um até então jovem Edward assiste no cinema. Será que a sequencia vai encerrar a saga com chave de ouro ou vai ser uma lástima como o que fizeram com Harry Potter? É esperar para ver.
Leia também:
Gigantes de Aço – Um animê filmado
Conam, o Bárbaro - O cimério revive no cinema após um hiato de 27 anos
Capitão América, O Primeiro Vingador
http://orgulho-nerd.blogspot.com/2011/09/materia-minha-publicada-na-revista-mais.htmlAs Relíquias da Morte - Parte 2: O fim de uma era
http://orgulho-nerd.blogspot.com/2011/08/materia-minha-publicada-na-revista-mais.html
Se beber, não case! - Parte II
http://orgulho-nerd.blogspot.com/2011/07/se-beber-nao-case-parte-ii.html
Velozes e Furiosos - Operação Rio
Rio - Um grande acerto da animação atual
A Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles
As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada
Eduardo Banks lança seu best seller Ouroboros
Se você está sem ideia de qual presente dar no natal, uma boa opção é o livro do nosso amigo Eduardo Banks, Ouroboros, que ele acaba de lançar já fazendo a promessa de ser um sucesso nacional. Em breve você pode encontrá-lo numa tarde de autógrafos numa livraria como a Travessa ou a Saraiva.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Homem Aranha em versões para rir ou chorar
Tá certo, também detestei esse Peter Parker. Tobey Maguire era bem melhor. Claro que a Marvel não ia deixar de aproveitar mais o espetacular Homem Aranha nos cinemas, e o elenco anterior provavelmente não estaria disposto a encarar um quarto filme. Talvez Maguire já não tivesse mais idade e preparo físico para encarnar novamente o escalador de paredes, mas bem que poderiam escolher melhor o ator principal. Pelo menos vai ter um vilão novo, o Lagarto. A origem do Aranha, apesar de ser a de sempre, sofre algumas modificações, obviamente, como podemos ver nesse trailer.
Enfim, tomara que não seja uma adaptação ruim. Gostei de todas as versões em animação e quadrinhos, mas ainda não tive oportunidade de conferir o seriado live action dos anos 70, que dizem que é uma bomba. Mas tem versão pior, acredite. É o caso do Homem Aranha japonês. Sim, existe mesmo uma versão japonesa do aracnídeo, e o que é pior, baseado nos heróis de lá, como um Ultraman ou um Jaspion. E para você rir um pouquinho, ou se revoltar, assista ao primeiro episódio abaixo. Do Homem Aranha mesmo só tem o nome de herói, e o cara tem até um robô gigante. É de escandalizar. Não sei como Stan Lee e a Marvel aceitaram uma coisa dessas.
Os Muppets do cinema
É uma pena ainda não ter conseguido assistir o filme novo dos Muppets. Só tem passado em matinê. O jeito é esperar para ver em DVD mesmo, e dizendo de passagem, estou louco para assistir. Dizem que é bem infantil, mas provavelmente melhor que esses filmes da Pixar que tem feito sucesso sem a gente saber por que, filmes em 3D que não transmitem o menor carisma se comparados aos nossos bonecos manipulados manualmente que há anos e anos vem nos encantando. Melhor que isso, só os Muppet Babys, desenho deles mesmo.
Falando nisso ainda me lembro de um filme antigo, Os Muppets na Ilha do Tesouro, no qual uma cena em que o Gonzo é torturado me deixou traumatizado. Escrevi uma matéria sobre isso no meu blog antigo http://deliriosprolongados.blogspot.com/2006_02_05_archive.html em que eu comentava o quão esta cena foi impactante para mim e o teor violento em um filme destinado à crianças com bichinhos fofinhos sofrendo atrocidades. Caso não tenha visto o filme ou queira se relembrar da cena, assista o vídeo abaixo e reflita sobre essa questão. Mas talvez eu seja mesmo uma manteiga derretida, vai saber.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Ação Magazine - A Shonem Jump brasileira
Pintou nas bancas uma novidade para quem gosta de mangás, Ação Magazine, revista que publica quadrinhos nacionais baseados no estilo japonês. Traz também artigos de games, eletrônicos, só que quem vai comprar quer saber mesmo é dos quadrinhos. Na primeira edição tem história do Madenka, esse garoto simpático aí da capa, que vive no nordeste, é feirante e treina com seu patrão da barraca para se tornar um herói, seu maior sonho, e também faz parte de um time de futebol da região mesmo não sendo lá muito habilidoso com a bola, uma sobre boxe (Jairo) e Tunado, estilão Velozes e Furiosos. A premissa da revista é seguir os passos da Shonem Jump e publicar histórias inteiramente nacionais ambientadas em nossa terra, ir mantendo as de maior sucesso e cancelar as de pior aceitação, mas ao contrário do ´´catálogo telefônico`` Shonem Jump, Ação Magazine tem apenas 160 páginas, mas por um bom preço. Tomara que a empreitada encabeçada pelo jornalista Alexandre Lancaster vá para frente. Vida longa aos mangakás nacionais! É uma excelente iniciativa feita por e para os apreciadores do gênero.
Acesse o site http://www.acaomagazine.com.br
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Relação homoafetiva forçada com Skinheads
Vendo as merdas que esses malucos andam fazendo pela TV, às vezes lembro do espancamento grupal coletivo que amarguei nas mãos desse grupo esquerdista. Mas o que esperar de homens que andam em grupo e vivem suados, de cabeça raspada, camisa justinha, suspensório, coturno e calça jeans apertada na bundinha? E que passam muito tempo espremidos numa academia. Muito másculo isso, não?
domingo, 4 de dezembro de 2011
Heróis da Tv - Hero Club
Se o Brasil nunca foi um país lá muito próspero de heróis, que tal se pensarmos numa reinvenção, que desse jeito sim tivesse feito sucesso? Trata-se de versões criativas dos heróis japoneses antigos com direito a toda liberdade, já que o pessoal da Toei Company, estúdio responsável pela produção dos tokusatsus e super sentais, estava bem longe, provavelmente sem conhecimento dos nossos quadrinhos publicados pela Abril Jovem. Segunda iniciativa de levar os heróis de nossa infância aos quadrinhos, a primeira foi lá pelos idos de 1989 em um gibi da editora Ebal que publicava versões adaptadas dos episódios das séries, mesmo com uma ou outra alteração e alguns cortes, mas quem era moleque na época se amarrava e não perdia um número sequer, e na onda dos gibis vieram revistinhas de passatempo, álbum de figurinhas e revista pôster que durou até a febre passar. Um tempo depois pinta nas bancas uma novidade que me encantou de primeira, uma edição em formatinho que trazia o Jaspion na capa lançada pela editora Abril Jovem. Era um Jaspion reinventado, com personagens novos e vilões bizarros, meio americanizado, em sua forma cívil o herói era meio mauricinho, menos bonachão como era na TV e o gibi contava com histórias depois da derrota do Império Satan Ghost, nada de pássaro dourado, professor Nambara e seus filhos Kenta e Kanoko, nada do Edin velhinho, nada de Miya, a Anri era a maior gata e não dava aqueles curto-circuitos e tics defeituosos que ela tinha no seriado. Além da história do Japion o gibi também tinha uma dos Flashman, o desenho era fiel e o que eu mais achava maneiro, as historias eram inéditas. Nem preciso dizer que comprava os números seguintes, mas como eu era bem moleque dependia da minha mãe me dar dinheiro, e dependendo, se fosse bonzinho e me comportasse, ganhava revistinha, e claro que eu escolhia quase sempre as da Hero Club, alcunha adotada pelos gibis do Jaspion como uma sub-editora. Dependendo da edição também vinha história dos Changeman, Flashman, Maskman e Boomerman (aquele cara do bumerangue amigo do Jaspion hehe, acho que os produtores do seriado nunca imaginaram tanto destaque para ele), os personagens eram mais bombados que nos seriados e era comum um participar da aventura do outro em interessantes crossovers, criando-se assim um universo novo, o universo dos heróis japoneses tal qual um universo Marvel ou DC, por exemplo, e o que é melhor, criado por brasileiros, ressuscitando os antigos heróis da TV Manchete já que fazia uns aninhos que a moda passou e a criançada já estava saturada de reprises. É de encher de orgulho, né não? Só que o roteiro, a maior parte deles feita por Marcelo Cassaro e Rodrigo de Goés, inovava tanto que o herói ficava praticamente irreconhecível. Usava os habituais armamentos e equipamentos do seriado, até mesmo Daileon marcava presença, só que o desenho do robô gigante era rústico demais e em pouco lembrava o do seriado. Tinha feições grotescas e ficava em poses humanizadas, e o mais engraçado, conforme o desenhista ia mudando ia ficando cada vez mais feio, mais simples, a ponto do leitor achar que o desenhista tinha dificuldade e preguiça de desenhar o robô. O uniforme espacial do herói e da sua companheira Anri estilo Star Trek foi uma boa elaboração. Embora os desenhos não fossem ruins, Jaspion era outro personagem que sofria modificação ao passar por diferentes desenhistas, o herói já foi moreno, loiro, ruivo, já teve cabelo cacheado e já foi cabeludo, só faltou mesmo aparecer um Jaspion negro, mas, se um Peter Parker, por exemplo, também já sofreu transformações nas mãos de grandes desenhistas como John Romita, Steve Ditko e Gil Kane, é natural que cada autor desse seu toque ao personagem. Hoje seria provável que o herói ganhasse traços mangá. Um vilão inventado especialmente para as histórias do gibi que até hoje não me sai da cabeça é Nimbus, uma espécie de guerreiro imperador musculoso e robusto, de armadura espinhosa e cabelo moicano. Como o público alvo dos heróis dos tokusatsus são em sua maioria infantil, o roteiro também não era lá essas coisas, hoje relendo a gente percebe isso, mas a iniciativa teve seu saldo positivo. A Abril Jovem será lembrada como a maior editora que lançou gibis importantes de heróis nos anos 90, e com isso a Hero Club colaborou também, tendo mais títulos vendidos que uma Panini Comics.
Um tempo depois chegou o gibi dos Cybercop também pela Hero Club, dessa vez um pouco mais fiel ao seriado. Depois foi a vez de Black Kamen Raider e Spielvan, esses dois eu gostava menos, mas comprava mesmo assim. Dessa maneira, a publicação das revistas da Hero Club passou a ter o título de Heróis da TV. O que passei a comprar religiosamente foi o gibi dos Mask Man, nova investida da Hero Club, já que o gibi do Jaspion já não estava mais sendo lançado. Mesmo não sendo a primeira vez que os Mask Man apareciam nesse novo universo dos gibis de heróis, as aventuras dos Defensores da Luz, último sentai decente que emplacou por aqui eram muito divertidas, e o ápice foi um confronto entre duas equipes queridas dos super sentais, Maskman versus Changeman. A história, que durou o gibi inteiro, apesar de ter sido bacana teve o final estragado. Isso porque ao que parecia os roteiristas não levavam muito a sério os heróis japoneses e fizeram uma gaiatisse digna dos gibis da Turma da Mônica; os heróis liam os gibis dos outros heróis da casa (!) e numa tentativa de botar uma equipe contra a outra, um vilão se deu mal ao seguir literalmente um erro de roteiro de uma das edições passadas. Outra coisa que me incomodou foi mais um desrespeito dos roteiristas que achavam que os leitores eram crianças babacas, será que sou o único a ficar incomodado com isso? Numa aventura maneiríssima na qual Jaspion foi pego numa armadilha e os Changeman ficaram sem saber como resolver a situação, a conclusão foi deixada para o número seguinte, e fiquei na maior expectativa quando comprei a próxima revista. Imaginam para quem os Changeman foram pedir ajuda? Para o roteirista e o desenhista, já que eram os únicos que poderiam ajudá-los. Parei.
Chegou a ser lançado o Almanaque Abril Jovem que publicava histórias de cada grupo e herói e o almanaque Spielvan. Ah, já ia me esquecendo dos Change Kids, gibi para crianças de versão infantil dos personagens dos Changeman, e como eu também era criança na época, adorava ler. Não que precisasse escrever isso aqui, mas nas histórias dos Changemanzinhos não tinha soldados Hiddlers, no lugar do Sargento Ibúki tinha um velhinho chamado dr Lokito e o Change Robô tinha comportamento humanizado.
Em 1994, época que os gibis Heróis da TV já estavam ficando saturados, um Almanaque Spielvan veio com uma novidade, Spielvan (Conhecido des de sempre como Jaspion 2) versus Jaspion. Não vi na época, só li agora graças a esse site http://gibitokusbrasil.blogspot.com que publica gibis escaneados dos nossos queridos heróis japoneses antigos, já tinha falado desse blog, mas não posso deixar de comentar de novo, a iniciativa do autor, Luilson Marcelino, é de tirar o chapéu. Voltando à história do Spielvan versus Jaspion, o roteiro é fraco e os desenhos bem ruinzinhos, mas talvez se eu lesse na época fosse achar um pouquinho melhor. Se bem que nessa época mesmo eu já estava deixando de ler os gibis dos Heróis da TV. Foi bom enquanto durou. Teve uma boa aceitação de público e boas vendas, mesmo que na primeira metade dos anos noventa a Abril Jovem lançasse promoções para alavancar vendas de gibis do tipo dois gibis por preço de um, alguns até de outros títulos como As Aventuras dos Trapalhões, Menino Maluquinho, Pica Pau, Tom e Jerry e alguns da Disney, e lançar junto com algumas publicações álbuns de figurinhas e brindes como bonequinhos e joguinhos de Mini Batalha Naval. Muito além do assunto desse post, os quadrinhos nacionais merecem ser valorizados e não podemos nos esquecer da importância que quadrinistas como Watson Portela, João Pacheco, Arthur Garcia e Roberto Martin tiveram ao meio. Por onde andam?
E não para por aí
Chegou a ver nas bancas no ano de 1995 uma edição da revista Dragão com uns heróis japoneses desenhado de sacanagem na capa com o título Defensores de Tóquio? Trata-se de um RPG inteiramente nacional cujo tema é uma paródia (ah, esculhambação mesmo) sobre os super heróis japoneses. Na época Os Cavaleiros do Zodíaco estavam estourando e é claro que não foram poupados. Também fazia parte um herói brasileiro criado para as revistas de videogame da Escala, Capitão Ninja. Quanto aos editores, adivinha quem eram? Os mesmos de Heróis da TV, e não poupavam zoação aos nossos heróis, usando frases como ´´imitação japonesa do Robocop / herói mutante com cara de gafanhoto / reprises até a fita arrebentar...`` quem é bem humorado até tem umas risadas arrancadas, mas nem todos pensam assim. Se fosse hoje, neguinho matava.