Às vezes sinto vontade de gritar, mais ainda depois de saber que a luva mágica não tinha o encantamento que eu precisava. Mas não posso reclamar, me deixa inspirado, o que afinal é minha maior qualidade. Minha mente é o refúgio para escapar da realidade que não me interessa. Minha ideia de felicidade este mundo não pode propiciar, sendo escravo de regras e convenções. Além de minha magnitude interna, solitária e egocêntrica, porém auto preservante, vejo o universo me lembrar o tamanho irrisório de minha existência, alheia à mecanização que me colocaria em meu lugar comum pré concebido, só que eu tenho a chave do segredo, a imaginação maior que o conhecimento. Mas não se contempla muito tempo. Quase 30 e ainda sem propósito de vida. Meus gritos ainda serão a razão do meu sufocamento, do meu sepultamento. A falta de coragem que não me deixa gritar é a mesma que faz eu me anular. A esperança e a sensação de ter o tempo a favor é o que me mantém confiante. A pretensão da felicidade, de uma mente sem amarras e visão espirituosa talvez seja a razão de me sentir mutilado; o pecado é querer ser autor do roteiro da própria existência, sendo que nós mesmos somos personagens de um roteiro escrito por alguém.
Gil Lima Tejo
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