Texto disponibilizado na Revista Mais Mulher de Votuporanga - SP
Desde o lançamento
de Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010, Chris Columbus) no cinema, a série
dos jovens guerreiros do Olimpo foi logo apontada por público e crítica como a
sucessora de Harry Potter, porém, ao contrário da adaptação dos livros de J. K.
Rowling, Percy e seus amigos não tiveram o resultado almejado, e grande parcela
das bilheterias se deu fora de seu território nacional. Mesmo assim, seus
livros continuam fazendo sucesso entre o público jovem e mereciam uma nova
chance de transpor seus personagens para as telas, sem deixar de lado a
primeira vez. Mesmo para aqueles que não leram um livro sequer de Percy Jackson
e os Olimpianos, não é difícil saber que se trata de uma adaptação livre da mitologia
grega pela imaginação do escritor Rick Riordan. Nesta segunda aventura Percy,
embora mais calejado, tem sua autoestima diminuída em relação à sua importância
entre seus amigos e o acampamento Meio - Sangue, se sente rejeitado por seu pai
Poseidon (ou Netuno, se preferir), começa uma rivalidade com sua colega
Clarisse (Leven Rambin, Jogos Vorazes), filha de Ares, o deus da guerra, que
não cansa de provocá-lo e para piorar descobre que tem um meio irmão também
filho de Poseidon, que aparentemente recebe mais atenção do pai, e o que é
pior, é um ciclope, raça de inimigos que tentaram invadir o acampamento anos
atrás ocasionando a morte de Thalia, filha de Zeus, que a transformou em uma
árvore criando assim uma barreira de proteção para o acampamento. Sua nova
jornada começa quando Dionysus (Stanley Tucci, Jogos Vorazes, Jack, o Caçador
de Gigantes), diretor do acampamento, organiza uma busca pelo Velocino de Ouro,
um manto místico, para reviver Thalia quando a barreira criada por Zeus ao
redor do acampamento começa a se enfraquecer. Para pôr à prova toda sua
habilidade de Meio-Deus, Percy se reúne mais uma vez com seus amigos Grover
(Brandon T. Jackson) e Annabeth (Alexandra Daddario), mas agora com a ajuda de
Tyson, seu meio irmão ciclope atrapalhado vítima de preconceito, sobretudo por
Annabeth, que tem a chance de provar que nem todo ciclope é malvado. Como o
titulo sugere, a aventura ganha substância em territórios marítimos, em
batalhas contra criaturas gigantes e seres abissais, mais necessariamente no
Triângulo das Bermudas, território arrepiante por natureza se formos lembrar de
toda historinha envolvendo o lugar, apesar disso, em se tratando de água, Percy
e seu meio irmão não poderiam ficar mais à vontade.
O Olimpo Nunca Esteve Tão Jovem
Se no filme anterior as estrelas eram apenas
Percy, Annabeth e Grover, neste temos um autêntico desfile de rostinhos jovens
e bonitos, incluindo até mesmo o vilão da vez, Luke Castellan (Jake Abel),
filho de Hermes, interpretado por Nathan Fillion, que faz uma caracterização
divertida como um deus que também pode ter um filho problemático. As situações
do filme o fazem confundi-lo o tempo todo com os do Harry Potter, tal qual uma
receita de bolo para filmes jovens de fantasia atuais, com direito a criaturas
místicas que fazem toda diferença, seja carismáticos zumbis marinheiros,
fofinhas como o ser marítimo Hippocampus ou monstros horrendos como Cronos e
ciclopes gigantes. Como não podia ser diferente, o diretor Thor Freudenthal (O
Diário de Um Banana) soube conduzir a desfechos como superação de diferenças
pessoais, sentido da amizade e importância de trabalhos em equipe. O filme em
si é bom até para quem já não tem a idade do público alvo, claro que desde que
saiba o que esperar. Só no Brasil ficou na liderança de filmes mais vistos
arrecadando milhões nas primeiras três semanas, mas lembrando que isso nunca
significou qualidade. Nos EUA, teve bilheteria mediana. Será que os jovens
olimpianos merecem uma outra chance no cinema? De qualquer forma, a certeza que
fica é que está longe da franquia ser um novo Harry Potter.
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