domingo, 5 de fevereiro de 2012

Um por todos, todos por um

A mais recente adaptação do clássico literário de Alexandre Dumas traz um elenco de primeira, mas não acrescenta nada de novo.

* Matéria minha publicada na revista Mais Mulher de janeiro/ 2012























Já estava na hora de ser produzida uma nova versão do romance francês Os Três Mosqueteiros para o cinema, aproveitando o barulho em torno de filmes épicos de ficção atuais como um novo Piratas do Caribe e o início de O Senhor dos Anéis. Em se tratando dos três inseparáveis espadachins (que na verdade são quatro) foram produzidas cinco versões oficiais, todas elas contando com nomes importantes da época. A primeira de 1939 dirigida por Allan Dwan e trazendo para o elenco Don Ameche como D`Artagnan e Gloria Stuart como a rainha Anne. A segunda de 1948, dirigida por George Sidney, com Gene Kelly (D`Artagnan), Frank Morgan (rei Louis XIII), Angela Lansbury (rainha Anne) e Vicent Price (Richelieu), a de 1973 sob direção de Richard Lester e com o elenco encabeçado por Michael York (D`Artagnan), Oliver Reed (Athos), Richard Chamberlain (Aramis), Frank Finlay (Porthos), Christopher Lee (Rochefort) e Charlton Heston (Cardeal Richelieu), a versão da Disney de 1993 dirigida por Stephen Herek trazendo para o elenco Charlie Sheen (Aramis), Chris O`Donnell (D`Artagnan), Oliver Platt (Porthos), Kiefer Sutherland (Athos), Rebecca de Mornay (Lady Sabine DeWinter) e Julie Delpy (Constance), e enfim a versão de 2011 com Logan Lerman (Percy Jackson) como um jovem D`Artagnan que ganha banho de loja e passa boa parte do filme usando uma moderna jaqueta de couro, Matthew Macfadyen (Robin Hood) como Athos, Luke Evans (que pode ser visto no recente Imortais e estará no próximo Senhor dos Anéis) como Aramis e Ray Stevenson (Rei Arthur) como Porthos, sem esquecer dos brilhantes vilões que fizeram o filme ganhar uns pontinhos extras, como Orlando Bloom (O Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe) na pele do inescrupuloso Duque De Buckingham, Mads Mikkelsen (Fúria de Titãs) como Rochefort, cavaleiro implacável a serviço do cardeal Richelieu, interpretado por Christoph Waltz, e é claro, a Millady de Winter interpretada com perfeição por Milla Jovovich, que para mim é a personagem mais rica do filme, e é exatamente o marido de Milla quem dirige o longa, Paul W.S Anderson, que entre outros tem os filmes Mortal Kombar, Alien VS Predador e Resident Evil no currículo.

A História
Após serem enganados por Milady, interesse amoroso de Athos e espiã a serviço do cardeal Richelieu, os três amigos mosqueteiros passam um ano completo desanimados com a vida de lutas e missões, enchendo a cara e se desfazendo no fiel criado Planchet (James Corden). É o destemido garoto de Gasconha, mas que vive se metendo em encrencas, que chegando à Paris para se juntar aos lendários mosqueteiros que dá a injeção de ânimo que o trio precisava. Em uma missão para recuperar o colar que incriminaria a rainha Anne (Juno Temple) implicando na reputação do rei da França (Freddie Fox), os quatro amigos invadem a fortaleza do Duque de Buckingham na Inglaterra, fazendo uso de equipamentos modernosos como dirigíveis e canhões, que somando à projeção em 3D deixam o filme mais atraente. O filme conta até com uma batalha aérea, em meio à tempestade. O roteiro que cativa tanto adultos quanto crianças, rostinhos bonitos e a fotografia de filme pipoca fazem de Os Três Mosqueteiros um filme divertido apenas. A luta entre D`Artagnan e Rochefort cumprem bem o acabamento final que todo filme de ação deve ter. Dizem as más línguas que haverá uma continuação pelo mesmo diretor e com os mesmos atores. Não duvide, mas também não espere coisa boa. Se bem que, em se tratando de uma reinvenção, o filme não peca pelo uso de batalhas ficcionais costumeiras em filmes épicos, a única magia são as armas de fogo num cenário onde as lutas de esgrima predominam.

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