sexta-feira, 11 de maio de 2012

Matéria na revista Mais Mulher, de Votuporanga - SP

Motoqueiro Fantasma

Mesmo longe de ser um dos filmes mais aguardados de 2012, o longa cumpre bem seu papel.

Não é exagero afirmar que a sequencia da aventura do motoqueiro demoníaco teve sua projeção ofuscada no ano de seu lançamento. Só para esse ano teremos ainda os aguardadíssimos Homem Aranha, MIB – Homens de Preto III, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, Os Vingadores, Sombras da Noite, Star Trek II e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, e para o pobre Motoqueiro, herói pequeno, ainda mais quando o primeiro filme não empolgou tanto, restou apenas como escolha alternativa para aqueles que gostam do personagem ou que simplesmente procuram uma saga menos pretenciosa, por assim dizer. Não é a primeira vez que a Marvel alimenta falsas expectativas com adaptações de heróis menos populares para as telas, foi assim com Demolidor – O Homem sem Medo (2003, dirigido por Mark Steven Johnson) sucedido por Elektra (2004, Rob Bowman), um fiasco ainda maior, e o único filme do Justiceiro a ir para as telas (2004, Jonathan Hensleigh) que tiveram sua maior popularidade em DVDs. Entre as produções atuais, o Motoqueiro se equipara a Lanterna Verde, porém sem repetir os erros de excessos de CGI num enredo banal, ao menos o motoqueiro teve sua continuação, o que será pouco provável para o personagem da DC Comics. Sem contar que foi concorrente direto de grandes produções como John Carter: Entre Dois Mundos e Anjos da Noite – O Despertar. Contudo, a saga do motoqueiro em chamas estava devendo uma continuação e cumpriu o seu papel, em um roteiro despretensioso, mantendo uma bilheteria mediana até o momento, mas que se manteve fiel às raízes do personagem na medida do possível, e mesmo em um filme para toda família não foi desonrado ou descaracterizado. Ao menos isso.

O Filme

Para quem não sabe, Motoqueiro Fantasma – Espírito de Vingança (dirigido pela dupla Mark Neveldine e Brian Taylor, de Adrenalina I e II e Gamer) era para se tratar de um reboot, mas acabou não funcionando. Primeiro porque o personagem Johnny Blaze/ Motoqueiro Fantasma continua sendo interpretado por Nicolas Cage (que aliás, cumpre muito bem o papel, sendo ele fan confesso do personagem), e o roteiro casa muito bem com o do primeiro filme (2007, Mark Steven Johnson), de modo que a saga fica bem amarrada e torna-se praticamente um único filme, com a exceção de Roxane Simpson, interpretada por Eva Mendes, que se recusou a participar da sequencia tendo sua função substituída pela atriz italiana Violante Placido, que entre sua importante participação teve uma química com o personagem principal.
A história se passa nove anos após o pacto que Johnny Blaze fez com o diabo em pessoa (Roarke, interpretado por Ciaran Hinds) para livrar seu pai do câncer que corroía sua vida, sofrendo uma terrível maldição que o transforma em um esqueleto em chamas sedento por vidas humanas. Vendo o perigo que pode representar para a humanidade já que não é capaz de controlar o instinto selvagem da criatura na qual se transforma, passa a viver isoladamente na Europa oriental. A descoberta de outra pessoa que assim como ele sofre por um pacto que fez com Roarke, Nadya (Violante Placido) que além de tudo teve um filho com ele obriga o motoqueiro a usar a fera que guarda dentro de si para entrar em ação, já que Roarke quer usar a criança para encarnar em seu jovem corpo, graças a intervenção e ajuda de Moreau (Idris Elba, o Heimdall de Thor) um religioso alcoólatra que promete a ´´cura`` para o mal de Johnny Blaze caso ele ajude o garoto. É engraçada a participação de Christopher Lambert como Methodius, um dos principais mentores do culto que trata da salvação de Johnny e da criança. A participação de um vilão dos quadrinhos, Blackout (Johnny Whitworth), mesmo que modificado para se adequar ao gosto de um espectador comum, cumpre o papel da ameaça principal que todo super herói deve enfrentar, embora não seja um inimigo muito empolgante. Roarke continua sendo a maior fonte de perigo e crueldade no rastro dos benfeitores. O design do herói passou por sutis modificações, o outrora crânio fosforescente em meio a labaredas deu lugar a um crânio chamuscado, enegrecido, com dose de realismo, o personagem ganhou luvas de couro escondendo seus dedos ossudos e sua jaqueta ficou com um tom surrado, queimado e sujo, o que convém para um personagem sombrio, porém, em se tratando de um filme para toda família (ainda mais em projeção em 3D que não vou nem comentar mais) as histórias se afastam da proposta real do personagem dos quadrinhos ficando repletas de tons cômicos e com nível mais mainstream, de repente a falha mais grotesca que vem des de o início da franquia tenha começado daí. O Motoqueiro dos dois filmes de longe mete medo em alguém. Saiu até mais plastificado que Constantine e Spawn, por exemplo. Botaram até uma criança para o Motoqueiro livrar das garras do mal, Danny (Fergus Riordan), como qualquer filme clichê, deixando o personagem com mais cara de ´´amigão da vizinhança``. Resta torcer para, caso tenha um terceiro filme, não fazerem o Motoqueiro dividir o posto com Hellboy de herói demoníaco mais escrachado da atualidade.

O Personagem
Motoqueiro Fantasma é um personagem da Marvel Comics criado por Mike Ploog, Roy Thomas e Gary Friedrich em 1972. É o alter ego de Johnny Blaze, motoqueiro e manobrista que faz um pacto com o demônio em troca da salvação de seu pai, vítima de câncer. Sendo assim, ao crepúsculo ele passa a sofrer uma maldição que o transforma em um esqueleto flamejante que ronda as ruas em busca de vidas humanas para sua alimentação, mas é atraído majoritariamente pelos pecadores e criminosos. Quando consegue agarrar um desses, com seu olhar de penitência o submete a todas as dores que causou às outras pessoas. Além disso tem outros poderes, como transformar qualquer moto em uma moto em chamas capaz de correr em altíssima velocidade, super força e correntes de aço que aumentam de acordo com sua vontade.

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