Hoje é uma data especial e não merece ser passada em branco. Data em que mesmo nos dias de hoje pessoas supersticiosas tem, senão mais medo de sair na rua principalmente à noite, ao menos uma justificativa caso algo não dê certo. Sexta feira 13. Dia de dar susto nos amigos, relembrar clássicas lendas do terror, e para os mais corajosos, realizar um programa diferente, que nunca conseguiu fazer antes por falta de estimulo, mas que hoje se tornaria especialmente convidativo, como um tour pelo cemitério regado a vinho e músicas góticas. Dia das bruxas temos todo mês de outubro e em todo ano, mas nem todo ano uma sexta-feira cai no dia 13, por isso minha vontade de escrever esse post. Não tem como negar, mas não só o Brasil como todo o mundo é supersticioso, ainda mais os países latinos e católicos. Aproveitando a data estréia o mais novo filme do serial killer preferido por amantes de filmes de terror trash, Jason Vorhees, dessa vez encarnado por Derek Mears, em uma de suas muitas versões. Como todo personagem querido que envelhece nos cinemas, o novo Sexta feira 13 pode provocar um certo tipo de ´´medo`` (não o medo proposto pelo filme) nos fans mais antigos em assisti-lo, provavelmente os sustos nunca serão os mesmos que já foram um dia, quando Jason começava a usar a clássica máscara de hóckey. Falando em filmes antigos do terror, o SBT também aproveita a data de hoje para exibir Carrie, a estranha, clássico de Brian de Palma, sobre uma adolescente dotada de poderes telecinéticos que acaba com a vida de seus colegas de escola após passar maus bocados nas mãos deles. Tiro o chapéu para a atuação de Sissy Spaceck, que esteve bem convicente no papel de uma menina deslocada filha de uma mãe reliosa compulsiva que beirava a loucura. Suas expressões de espanto eram bem comoventes, e apesar de tudo era uma gata que todo homem gostaria de namorar, sendo apenas mal aproveitada. O elenco também contava com John Travolta, até então um ídolo juvenil. Infelizmente muitos anos depois alguém teve a infeliz idéia de lançar uma continuação, sem a atriz principal que teve o bom senso de recusar fazer o papel novamente, que com certeza desonrou a brilhante adaptação cinematógrafica do conto de Stephen King. Lembro também que na mesma década que foi realizado esse filme, surgiu outro talvez de impacto maior, O Exorcista. Na minha opinião os melhores filmes do gênero nasceram até o final da década de 70. Ainda não esqueço da minha primeira experiência com o último filme citado. Eu era um moleque e em uma noite qualquer ia passá-lo em uma emissora que hoje não lembro, com certeza Globo ou SBT. Na época o filme ainda era fresco e muita gente criava expectativa, lá em casa estava reunido minha mãe, meu pai, meu irmão, que era um pouquinho mais velho que eu e já podia assistir filme até tarde, a empregada e uma amiga da minha mãe, todo mundo na sala esperando o filme começar. O molequinho aqui (eu) não podia nem pensar em assistir um filme aterrador como aquele e minha mãe me botou para dormir. Meu quarto ficava próximo à sala e podia se ouvir um poquinho. Cadê que eu dormi? Me lembro de eu deitado na cama, no escuro, virando de um lado para outro ouvindo os gritos, a música de horror, os diálogos tensos, os comentários assustados, usando como desculpa para dar uma espiadinha na tela as vezes que eu levantava para ir ao banheiro. Para mim toda aquela explosão de sensação me foi mais impactante do que se eu tivesse assistido o filme. Anos depois criei coragem e assisti em casa em uma outra oportunidade, chegando a uma conclusão que não podia ser diferente; não é a toa que se tornou referência de brilhantes filmes de terror. É um terror sombrio, torpe, mas que se difere das carnificinas que perduram até os dias de hoje. Um terror que usava de meninas inocentes para chocar e comover o espectador, tal como Carrie, tal como muitos outros, até mesmo anteriores a estes. O Exorcista também sofreu a ´´maldição`` das continuações, mas nesse caso ainda perdoaria a primeira continuação, pois dá aos fans respostas de como a menina Regan passou a levar a vida depois de se livrar da pocessão do demônio Pazuzu, já as outras eu atiraria pedra mesmo. Alguns anos atrás estava eu e minha mãe na sala e começou a passar em uma canal de filmes da Net esse mesmo filme que há 17 anos atrás seria inconcebível assistirmos juntos. Mámli dizia para mim: ´´Gil, meu filho.Você considera esse filme como arte?`` e eu respondia:´´Claro mãe, só para a cena do vômito tiveram de fazer uma pasta doida de ervilha. E a voz dela de diabo? A dubladora teve um trabalho danado``. Na época a ilusão de realidade era bem maior do que hoje. Para minha mãe esse tipo de coisa me chocaria por muitos anos. Tal como os filhos que crescem e a igenuidade é perdida, os filmes de terror jamais serão como eram antes.
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Um comentário:
Esses filmes dos anos 70 são mesmo excelentes...engraçado q na decada seguinte tem uns filmes q se vermos hj parecem comedia por causa de tantos efeitos toscos (modernos pra época)
Me lembro uma sessão de terror q passava na band a tarde nos anos 90. Assisti Jason lá, e foi bacana, apesar de assustador.
Excelente blog e layout. Voltarei mais vezes por aqui, pode escrever.
Gde abraço!!
http://blogpontotres.blogspot.com/
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