Texto publicado na revista Mais Mulher de Votuporanga - SP
Já considerada uma extensa franquia cinematográfica,
Velozes e Furiosos anuncia um próximo filme que ainda consegue empolgar.
Quando
o primeiro Velozes e Furiosos estreava em 2001 a Universal não imaginava que
fosse lançar tantas sequencias. A premissa não tinha nada de especial e é
livremente inspirada em filmes mais antigos, o que atingiu o público em cheio,
especialmente o jovem masculino, é seu elemento principal, as corridas urbanas
entre as super-máquinas sonho de consumo de muita gente, transformando
marginalizados praticantes de racha em heróis de filme de ação, por mais
controverso que fossem seus atos heroicos. Mas, como a cine-série está longe de
querer influenciar a audiência, acho que não podemos reclamar. Velozes e
Furiosos é o que podemos chamar de uma versão madura de Hot Wheels, não faltam
elementos que o público masculino goste, e o que é melhor, os personagens
amadurecem com o espectador. A rapaziada que curtia disputas ilegais e
transformava seus veículos auto-motores em verdadeiros ´´cyborgs`` da estrada
são conscientizados em filmes do gênero que o que ali assistem não são
peripécias de ´´ases do volante`` e sim cenas meramente fantasiosas, até porque
algumas daquelas manobras são tecnicamente impossíveis. Não que isso adiante
alguma coisa, ao menos os filmes em questão eximem sua responsabilidade.
Velozes
e Furiosos chega a seu sexto filme e ainda não é dessa vez que a série termina.
Muita coisa aconteceu desde o primeiro filme, mas nem todos são familiares para
os admiradores, provavelmente começaram a enxergar mais que carros turbinados e
coloridos passarem voando a partir do quarto. Faremos um apanhado geral da
relevância de cada um e sua contribuição para a admiração conquistada.
Primeiro
filme da série, começou nos apresentando o cenário marginalizado das corridas
ilegais das ruas de Los Angeles. Paul Walker estreava como o jovem policial
infiltrado Brian O´Conner, até então com cara de galãzinho de novela
adolescente, disputando o posto de protagonista com Vin Diesel que faz o
marrento, porém gente boa, Dominic Toretto, figura mais respeitada da região e
líder de uma ´´equipe`` de corredores que praticam assalto aos caminhoneiros na
estrada. Brian se afeiçoa ao bando e acaba deixando Toretto fugir, que só viria
a aparecer novamente em participação significativa no quarto filme, quando já
teria se passado cinco anos.
+
Velozes + Furiosos, 2003 (John Singleton).
Com
novo diretor (Rob Cohen e Vin Diesel estavam trabalhando em Triplo X) essa primeira
sequencia foi bastante criticada por imprensa e público, inclusive indicada
para o Troféu Framboesa de Ouro de pior sequencia do ano. Do elenco original só
Paul Walker retornou com seu personagem. As corridas e os veículos velozes
continuaram sendo o principal atrativo, mas dessa vez, ao invés de uma equipe
pé-de-chinelo de corredores de rua, Brian precisa desbaratinar os esquemas
milionários do mafioso Carter Verone (Cole Hauser) em Miami, contando com ajuda
de seu amigo de infância Roman Pearce (Tyrese) com quem passou a ter uma
relação estremecida, personagem rejeitado por ser considerado chato demais, só
aceito por retornar à franquia anos mais tarde conquistando sua apatia, e da
também agente secreta Mônica Fuentes (Eva Mendes).
Velozes
e Furiosos: Desafio em Tóquio, 2006 (Justin Lin).
Quando
as coisas pareciam esfriar os estúdios acharam que o universo das corridas das
máquinas ´´tunadas`` podia render mais alguma coisa, e assim essa pérola foi
lançada, se distanciando do primeiro filme ainda mais que o segundo, mas
definindo o diretor que salvaria a franquia de uma vez. O filme conta com novo
protagonista, o adolescente Sean Boswell (Lucas Black) que depois de se
envolver em muita encrenca com pegas é mandado para o Japão viver com o pai,
que desde já o adverte a ficar longe de carros; não dá certo. O jovem logo faz
amizade com um imigrante americano e muambeiro que o apresenta aos corredores
ilegais de Tóquio, entre eles Han (Sung Kang), que se tornaria personagem fixo
da franquia. O rapaz descobre o drift, estilo japonês de corrida, e se envolve
com a namorada do sobrinho de um dos mais perigosos figurões do crime local,
vivido por Sonny Chiba, fundador da organização Japan Action Club, que visa o
desenvolvimento de técnicas de luta a serem utilizadas nos filmes de ação,
tendo inclusive atuado em filmes como Kill Bill. Na verdade Desafio em Tóquio
cronologicamente vem depois dos eventos ocorridos no sexto filme. O que
acontece é que os produtores fizeram uma coisa muito diferente e decidiram
amarrar de alguma forma aos filmes que contam com a participação do elenco
original. Embora esteja implícito que essa decisão foi tomada bem depois ao
vermos Han em atitudes juvenis, como bancando o valentão ou temendo a fama de
D. K (Brian Lee), atitudes que quem passou pelos apuros do final do sexto filme
jamais teria. Han estava mais para o Dominic Toretto do primeiro filme. Não
podemos esquecer que Toretto aparece no finalzinho nem que fosse para dizer que
o filme contou com a participação de um personagem importante.
Velozes
e Furiosos IV, 2009 (Justin Lin).
Foi
a partir deste que a franquia começou a se estabelecer. Depois de cinco anos como
fugitivo, Toretto continua sua vida de crimes em quatro rodas com seus
parceiros, entre eles Han e sua namorada desde o primeiro filme, Letty
(Michelle Rodriguez). Achando que as coisas podiam se complicar para pessoas
próximas, Toretto decide se afastar, vivendo isoladamente na Cidade do Panamá.
Ao ser informado por sua irmã Mia (Jordana Brewster) que Letty foi assassinada
retorna para Los Angeles, ficando sabendo que a substância responsável pela
explosão que resultou em sua morte era o Nitrometano. Em sua busca pelos
responsáveis acaba dando de cara com Brian, que procurava um informante que lhe
daria o nome de um traficante procurado, Arturo Braga (John Ortiz). Brian
convence Toretto a participar da operação em trocar de ter seu nome limpo, e
ambos conhecem uma importante aliada que mais tarde faria parte da equipe
composta pelos mais importantes personagens da série, Gisele Harabo,
interpretada pela israelense Gal Gadot. Brian e Toretto vão parar no México, e
quando Brian está preste a ser assassinado da mesma maneira que Letty, Toretto
o salva e recusa-se a levar a mesma vida de fugitivo de antes. É condenado a 25
anos de prisão e Brian e Mia partem ao encalço do comboio que transporta os
prisioneiros, clímax que origina o início do filme seguinte.
Velozes
e Furiosos V: Operação Rio, 2011 (Justin Lin).
Para ler a crítica clique aqui.
Dessa vez no Rio de Janeiro, onde nossos heróis vão parar após salvarem Dom da
cadeia. Numa favela carioca, Brian e Mia visitam Vincent (Matt Schulze), amigo
de infância de Toretto que nunca foi com a cara de Brian. Vincent propõe um
plano de roubo de carros que dá errado, fazendo-os serem acusados da morte de
uns agentes. A equipe conhece Hernan Reyes, chefe do crime no Rio, interpretado
pelo ator português Joaquim de Almeida, que está de olho num chip escondido em
um dos carros, contendo informações valiosas sobre a segurança de 100 milhões. Com
Mia grávida, Brian e Toretto decidem parar de fugir e botar a mão no dinheiro
de Reyes para levar uma vida melhor dali em diante por mais que a operação
fosse difícil, jurando ser a última vez que se metem em negócios enrascados.
Para isso escalam antigos colegas que teriam participações importantes para o
andamento do plano, são eles os latinos Tego (Tego Calderón) e Rico (Don Omar),
Tej Parker (Ludacris), Han, Gisele Harabo e Roman Pearce. Luke Hobbs, um agente
do Serviço de Segurança Diplomática vivido por Dwayne Johnson quer de todo
jeito botar a mão na recém-formada equipe, sobretudo em Brian e Dom, mas fica
ao lado deles quando o salvam de uma emboscada dos capangas de Reyes, que
resultou na morte de sua equipe e de Vincent, ao menos até botar as mãos no
pescoço de Reyes. Dom descobre na colega de Hobbs, a policial Elena Neves
(interpretada pela espanhola Elsa Pataky) seu novo interesse amoroso. No final
Brian e Toretto fazem sua tão aguardada disputa em seus veículos, deixando um
gancho para o próximo filme. Personagem do segundo filme, Monica Fuentes faz
uma pequena participação numa cena pós-crédito, comunicando a Hobbs que Letty
não está morta e participa de crimes com outro bando.
Velozes
e Furiosos VI, 2013 (Justin Lin).
É
lógico que os produtores não iam deixar a peteca cair. Não chega a ser
necessariamente melhor que o anterior, mas mantêm corridas alucinantes, ação e moças
bonitas. É interessante pensar que assim como amadurecer com o público antigo,
os personagens passam a utilizar a habilidade conquistada nas pistas para causas
importantes, como o desmantelamento da organização de pilotos mercenários
comandados por Owen Shaw (Luke Evans) espalhados pelo mundo, sendo um deles a
ex-namorada de Toretto tida como morta, que agora, desmemoriada, não reconhece
mais os antigos amigos e age em prol da organização de Shaw, os ´´clones
malignos`` do elenco principal. O lado feminino ganhou mais substância com a
participação da modelo Clara Paget como Vegh, uma especialista em armas, e da
lutadora de MMA Gina Carano que faz uma agente especial, por incrível que
pareça não devendo em nada para Toretto e Hobbs no quesito testosterona e força
física, mas também sem perder a sensualidade, travando com a personagem de
Michelle Rodriguez um dos melhores combates do longa. Todos os mocinhos dos
filmes anteriores são reunidos em Londres e algumas participações tiveram mais
chance de se sobressair, como é o caso de Roman Pierce, que consegue cumprir o
papel de verdadeiro adorável cafajeste, reunindo ele e Tej é diversão na certa.
Hobbs, se antes era uma persona non grata, dessa vez conseguiu se redimir
tornando-se mais humano e caricato. Claro que devido a tantas sequencias
explosivas e personagens, cabeças tiveram que rolar, Brian agora é um homem de
família e se torna vulnerável, mas a essa altura já não faz mais tanta falta,
passando um bom pedaço afastado em Los Angeles. A equipe sofre baixas e Elsa Pataky
faz uma participação ínfima com o retorno de sua personagem. Mesmo assim o
sexto velozes e Furiosos é exatamente como se pode esperar. O objetivo agora é
agregar diversos tipos de público, do jovem a toda família, por isso, mais que
nunca, a franquia é preocupada em agradar, baseando-se nos moldes atuais dos
filmes de ação. Se cuida, Missão impossível!
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Um comentário:
tava navegando na net e talz e acidentalmente descobri este blog.CACETE!muito bom.já adicionei aos meus favoritos.
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