terça-feira, 15 de outubro de 2013

Percy Jackson e o Mar de Monstros - Crítica

Texto disponibilizado na Revista Mais Mulher de Votuporanga - SP


Desde o lançamento de Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010, Chris Columbus) no cinema, a série dos jovens guerreiros do Olimpo foi logo apontada por público e crítica como a sucessora de Harry Potter, porém, ao contrário da adaptação dos livros de J. K. Rowling, Percy e seus amigos não tiveram o resultado almejado, e grande parcela das bilheterias se deu fora de seu território nacional. Mesmo assim, seus livros continuam fazendo sucesso entre o público jovem e mereciam uma nova chance de transpor seus personagens para as telas, sem deixar de lado a primeira vez. Mesmo para aqueles que não leram um livro sequer de Percy Jackson e os Olimpianos, não é difícil saber que se trata de uma adaptação livre da mitologia grega pela imaginação do escritor Rick Riordan. Nesta segunda aventura Percy, embora mais calejado, tem sua autoestima diminuída em relação à sua importância entre seus amigos e o acampamento Meio - Sangue, se sente rejeitado por seu pai Poseidon (ou Netuno, se preferir), começa uma rivalidade com sua colega Clarisse (Leven Rambin, Jogos Vorazes), filha de Ares, o deus da guerra, que não cansa de provocá-lo e para piorar descobre que tem um meio irmão também filho de Poseidon, que aparentemente recebe mais atenção do pai, e o que é pior, é um ciclope, raça de inimigos que tentaram invadir o acampamento anos atrás ocasionando a morte de Thalia, filha de Zeus, que a transformou em uma árvore criando assim uma barreira de proteção para o acampamento. Sua nova jornada começa quando Dionysus (Stanley Tucci, Jogos Vorazes, Jack, o Caçador de Gigantes), diretor do acampamento, organiza uma busca pelo Velocino de Ouro, um manto místico, para reviver Thalia quando a barreira criada por Zeus ao redor do acampamento começa a se enfraquecer. Para pôr à prova toda sua habilidade de Meio-Deus, Percy se reúne mais uma vez com seus amigos Grover (Brandon T. Jackson) e Annabeth (Alexandra Daddario), mas agora com a ajuda de Tyson, seu meio irmão ciclope atrapalhado vítima de preconceito, sobretudo por Annabeth, que tem a chance de provar que nem todo ciclope é malvado. Como o titulo sugere, a aventura ganha substância em territórios marítimos, em batalhas contra criaturas gigantes e seres abissais, mais necessariamente no Triângulo das Bermudas, território arrepiante por natureza se formos lembrar de toda historinha envolvendo o lugar, apesar disso, em se tratando de água, Percy e seu meio irmão não poderiam ficar mais à vontade.















O Olimpo Nunca Esteve Tão Jovem

Se no filme anterior as estrelas eram apenas Percy, Annabeth e Grover, neste temos um autêntico desfile de rostinhos jovens e bonitos, incluindo até mesmo o vilão da vez, Luke Castellan (Jake Abel), filho de Hermes, interpretado por Nathan Fillion, que faz uma caracterização divertida como um deus que também pode ter um filho problemático. As situações do filme o fazem confundi-lo o tempo todo com os do Harry Potter, tal qual uma receita de bolo para filmes jovens de fantasia atuais, com direito a criaturas místicas que fazem toda diferença, seja carismáticos zumbis marinheiros, fofinhas como o ser marítimo Hippocampus ou monstros horrendos como Cronos e ciclopes gigantes. Como não podia ser diferente, o diretor Thor Freudenthal (O Diário de Um Banana) soube conduzir a desfechos como superação de diferenças pessoais, sentido da amizade e importância de trabalhos em equipe. O filme em si é bom até para quem já não tem a idade do público alvo, claro que desde que saiba o que esperar. Só no Brasil ficou na liderança de filmes mais vistos arrecadando milhões nas primeiras três semanas, mas lembrando que isso nunca significou qualidade. Nos EUA, teve bilheteria mediana. Será que os jovens olimpianos merecem uma outra chance no cinema? De qualquer forma, a certeza que fica é que está longe da franquia ser um novo Harry Potter.

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