
Morre um grande ídolo da música pop inesperadamente, e com isso seremos bombardeados por muito tempo ainda com matérias sensacionalistas e saudosistas sobre o querido astro Michael Jackson. Hoje mesmo quando acordei liguei a televisão e já me deparei com imagens dele ao som de suas músicas mais tristes acompanhadas com uma locução funebre, alternando diversas fases de sua vida, pequeno, grande, negro, branco, até os dias atuais. Como muitos, eu torcia para que ele reergue-se seu sucesso nessa turnê que se iniciaria mês que vem, e agora só podemos lamentar seu fim prematuro. É mais triste ainda lembrar que os ingressos já haviam sido vendidos. O que nos resta agora é guardar na memória, até mesmo com muito bom humor, sua imagem, as polêmicas em que esteve envolvido e suas músicas (quem é que não gosta de ao menos uma música dele?) E que seja encontrado o destino certo para seus filhos.

Mas o Eu vi na tv não foi sempre um programa ruim. Eu simplesmente a-m-a-v-a quando era feito apenas de pegadinhas. E nelas o convidado do programa temático sobre o Michael podia ficar numa boa. Na verdade o João Kléber quando era um contratado da RedeTv tinha dois programas, o Canal aberto (olha o nome ambíguo aí, seu João) que passava de segunda à sexta nas tardes, e esse Eu vi na tv, que passava só nas segundas à meia noite. O Canal aberto era um programa sensacionalista mesmo, barraco, essas coisas do estilo da Márcia Goldsmith e das antigas atrações do Ratinho. Já o Eu vi na tv era só de pegadinha, eu lembro muito bem de quando passava, eu ligava na RedeTv a noite esperando ansiosamente começar o programa para me deliciar com as pegadinhas, e ainda assistia a reprise no sábado às 20:30. Quando não estava em casa fazia questão de voltar correndo nesse horário, eu realmente amava ver aquilo. Tinha o Marquinhos, o gordão que repetia sempre ´´o que, o que, o que``, o Renê, aquele cabeludinho que era o Gabriel, aquele que sempre fazia papel de bêbado e quase sempre estava de cabelo bagunçado, o que fazia papel de frutinha, os fortões que intimidavam as pessoas, a dupla que assustava as pessoas na rua e depois saíam correndo, aquela loira gostosa da Flavinha, enfim muitos outros que foram aparecendo ao longo da duração do programa. Bons tempos aqueles. Para mim era a referência de humor e alegria que até hoje tomo como exemplo. Com o passar do tempo, visto a grande audiência, as pegadinhas foram se generalizando e passando a ocupar a programação do Canal aberto também, mas como eram as que já haviam passado no Eu vi na tv, não estragavam a surpresa do programa, até que numa tentativa de atirar para tudo que é lado em busca de audiência mesclada com pressa e falta de paciência profissional, as pegadinhas se misturaram entre os dois programas, ameaçando a integridade do Eu vi na tv e a alegria de esperar por ele. Acabou que os dois programas se tornaram só de pegadinhas, e isso por anos e anos, até que o Eu vi na tv teve que mudar o formato chegando ao ponto de exibir o já citado programa apelativo sobre Michael Jackson. As pegadinhas foram sendo tachadas de ´´armadas``, que os atores e a direção das pegadinhas combinavam com as ´´vitimas`` que fingiam serem pegas de surpresa, particularmente não ofereci resistência em acreditar, até porque os atores foram se tornando famosos pelo Brasil todo graças aos programas, e a quantidade e a frequencia das gravações levavam a crer de que era tudo armação mesmo. Mas isso pouco importava. Mesmo sabendo que eram armadas continuei assistindo e me divertindo com elas, como muitos outros brasileiros, e na minha opinião o que valia mesmo era o quadro de humor, já que a gente ri de um filme de comédia sabendo que são todos atores, por exemplo. Mas como as pegadinhas eram exibidas exaustivamente, acabou cansando o espectador e João Kléber, que já gostava de apelar, passava a se validar cada vez mais de sensacionalismo, até que um dia se mudou para Portugal onde continuava a gravar seus programas apelativos, dessa vez tendo como carro chefe o quado Teste de fidelidade, e àquela altura muita gente já tinha dado graças a Deus. As pegadinhas que fizeram alegria de muita gente, que saíram e voltaram da programação, que já foram criticadas pelo próprio apresentador que dizia não ser um apresentador só de pegadinhas e que era um comediante nato, acabou vencido por elas sustentando no ar o que o povo realmente gostava de ver, nunca mais deram as caras e os atores ou se aventuraram em outros humorísticos ou sumiram de vez (alguem lembra da Vila maluca?). Mas aí veio o Pânico que substituia a alegria e o humor escrachado que ficava faltando na emissora. Mas aí já é outra história.
5 comentários:
Eu também asisti ao programa do joão e sinceramente vi a pouca qualidade do programa ir pelo ralo tão rápido quanto salário de pobre no início do ano...
Sobre a ida dele para Portugal,sí lamento que ele não foi antes e que também não levou o Oliver com ele...rs
O mais bizarro nos programas do JK é que as histórias que ele contava não terminavam nunca. Uma vez ele levou um cara e pediu pra platéia advinhar o problema de saúde dele.
Ninguém acertou, e ele não contou o problema pro público, só pra quem chutasse a doença, ele contava no ouvido da pessoa.
Até hoje fico pensando o que o cara devia ter...
Ontem, Pina Bausch, uma das maiores artistas da contemporaneidade, morreu... Não saiu quase nada na mídia, sua morte foi abafada pelo Show Michael, não que este não mereça reconhecimento, mas isso me lembra também a morte de Isabela, a menina que foi jogada pela janela... Muita coisa acontecia, mas o showbusiness focava ISABELA por todo lado. Quem não virou fã da menina?
Bem... O que fazer? Desligar a TV?
Ao João Kleber o meu silêncio.
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