Texto publicado na revista Mais Mulher de Votuporanga -SP
A continuação desse
novo aracnídeo no cinema precisava ser vista nem que fosse para constatar que a
publicidade em torno não prometia nada de espetacular assim. O resultado não
ficou tão diferente do terceiro Homem Aranha de Sam Raimi pela profusão de
elementos, inimigos e roteiro apertado, eu diria até que o de Sam Raimi é
melhor apesar dos preconceitos, a maioria injustos, que sofreu. Ainda assim, a
nova versão conseguiu ficar devendo muita coisa. Para quem esperava que o
segundo Spider Man de Marc Webb fosse limpar a imagem do primeiro não foi
surpreendido além de acompanhar o desfecho da subtrama fraca do destino dos
pais de Peter, que rende apenas uma boa cena de ação no prólogo só para dizer o
que o filme prometia pela frente, e uma descoberta inventada pelo roteiro como
solução dramática que justificasse a subtrama ocupar tanto espaço nos dois
filmes, além de associá-la aos poderes de Peter e à participação de personagens
importantes. Todos nós sabemos que a busca de Peter pelo paradeiro dos pais foi
um elemento adicional utilizado para afastar o Homem Aranha de Webb do de Sam
Raimi. A princípio prometido um quarto filme além de solos para os vilões, Webb
ousou pela opção de vilões poderosos e interessantes, porém pouco importantes e
menos ainda queridos pela maioria dos fans do herói. A escolha de Electro, por
exemplo, soou como se escolhessem o Morcego Humano como o vilão de Cavaleiro
das Trevas tendo mais importância que o Coringa, e a atuação de Jamie Foxx
(Django Livre) como o vilão em sua forma civil também não ajuda, foi canhestra
demais, mais uma vez lembrou um personagem dos filmes do Batman, a Hera
Venenosa de Uma Thurman. Resumindo, o vilão nem foi uma ameaça tão grande e nem
teve tanto destaque como foi vendido por aí, teve breves lutas com o aracnídeo,
a primeira totalmente sem nexo, não preocupou nem o aranha nem os moradores de
Nova York, passou a maior parte detido na Oscorp e some sem a menor cerimônia.
Sua participação só se justifica pela futura participação do grupo de vilões do
qual faz parte, o Sexteto Sinistro, mas seria inviável sermos agraciados com a
sua presença novamente. O personagem é tão pobre que se preocuparam mais com os
efeitos especiais de seus poderes e seu visual parecido com o dr Manhattan dos
Watchmen do que com a construção de suas características, alem de, bem ou mal,
ter sido o tempo todo ofuscado pela participação do Duende Verde de Dane
DeHaan, que por sinal foi outro problema do roteiro mal realizado. Sem a
existência do “Duende pai”, fomos imediatamente apresentados ao jovem Harry
Osborn que se tornaria de maneira instantânea o principal antagonista nos gibis,
uma caracterização que, com a exceção do planador, não supera em nada o Duende
de James Franco. O Duende mais fiel aos quadrinhos continuará sendo o de Willem
Dafoe, o único crédito merecido desse novo Duende á a lembrança do símbolo da
Oscorp estampado no traje, que justiça seja feita, foi bem mais explorada nos
filmes de Webb. Se não todos, a maior parte dos vilões dessa vez vieram da
megacorporacão. Harry aparece como uma espécie de Leonardo DiCaprio do tempo do
Titanic, sem ao menos ter sido citado no filme de 2012, para visitar seu pai em
seu leito de morte vitimado por uma doença hereditária, o empresário Norman
Osborn, dono da indústria Oscorp. Ao contrário da versão de Raimi na qual Peter
e Harry passam a adolescência juntos, Harry retorna após oito anos em um
internato, adquirindo fama repentina e retomando contato com o amigo de
infância Peter. Agora Harry é um pária, não é bem aceito na direção dos
negócios do pai e se na versão anterior tinha ódio do cabeça de teia por
supostamente tê-lo matado, dessa vez o motivo é outro, a negação do herói pelo
fornecimento de seu sangue no qual acredita encontrar a cura de sua doença
herdada que começa a se manifestar precocemente. Suas motivações para o crime,
no entanto, são convincentes, e como o Duende revive no cinema um dos momentos
mais dramáticos dos gibis da Marvel, embora não exatamente de maneira
fidedigna. Mas sua contribuição significativa para o longa se resume a isso,
talvez no próximo tenha maior importância reunindo ilustres inimigos do aracnídeo.
Quanto ao Rhino, este não passa de uma referência do que a Oscorp tem a
oferecer de engenhoso e terrível, mas que na verdade só consegue nos deixar com
medo do que vão fazer com a Felicia Hardy / Gata Negra (Felicity Jones) no
próximo filme.
O
Herói
Bem menos sofredor que
o Peter Parker de Tobey Maguire, Andrew Garfield faz um Peter que já não chora
mais pela morte do tio Ben e oscila no cumprimento da promessa de ficar longe
da pessoa amada, desde sempre cúmplice de sua vida dupla. Como Aranha é como
nos quadrinhos, verborrágico e animado, com o diferencial de o seu lançador de
teia não esvaziar e não precisar recarregá-lo quase nunca. E embora já esteja
trabalhando para o Clarim, J. Jameson continua sem aparecer, embora seja vez ou
outra citado, inclusive trocando e-mail com Peter mantendo viva sua
característica dos quadrinhos, a de ferrar o aracnídeo a qualquer custo. Mesmo
assim a cidade não o marginaliza como em sua antiga versão, nessa nova o Aranha
é o verdadeiro amigão da vizinhança. Mary Jane novamente é sequer arranhada e
tia May (Sally Field), nessa caracterização nem tão importante para o
desenvolvimento de Peter na história, contribui apenas com palavras chave para
soluções de ponta solta e dicas do que não estava implícito no roteiro, mantendo-se
indiferente por todo o restante do tempo.
Ultrapassando mais de
duas horas, o que não podia ser diferente em se tratando de uma história tão
comprida, o roteiro apesar de tudo foge do modelo clássico proposto aos filmes
de herói, ousando inovações apesar de errar aqui e ali em cenas repetitivas,
como no encontro que Gwen Stacy (Emma Stone) teve com cada um dos vilões no
elevador da Oscorp. Influenciado pelo universo dinâmico e jovem do universo
Ultimate (quadrinhos de versões modernas dos personagens clássicos da Marvel)
que afinal, não é tão mal assim, e até mesmo das animações, este Aranha atual é
do tipo que busca agradar quem sempre o acompanhou em outras mídias, como
também apresentar o herói à uma audiência mais jovem, além de lucrar com uma infinidade
de produtos relacionados, como brinquedos. Imaginar como será a segunda
sequencia é fácil, basta pensarmos em ações e efeitos estilo videogame, piadas
sem graça, confrontos irrelevantes, metragem extensa, um ou outro detalhe que o
fidelize aos gibis (ponto positivo para o uniforme usado nessa sequencia) e
quem sabe algum personagem a tanto esperado para valorizar um pouco mais o
valor do ingresso. É fato que, por mais protestos que sejam gerados, a
audiência se mantém estável torcendo se deparar com vilões memoráveis, mesmo
que para isso tenha de dividir espaço com número exagerado de personagens e
situações ao longo de um roteiro hermético. E torcer para que não optem por
vilões insossos como Kraven, o Caçador. Já pensou?
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